chá da Clara

Se Jesus Cristo fosse vivo, não morria na cruz. E São Paulo estaria multimilionário, carregadinho de best-sellers superiores aos o outro Paulo, o Coelho. Cristo andarilhava pelo planeta, arrastando as vestes bíblicas, convidado pelos hedonistas para explicar a teoria do camelo no fundo da agulha para fazer entrar o rico no reino dos céus. Seria festejado, pago a peso de ouro e, na ocasião especial, instado a multiplicar os pães e os peixes, digamos um saumon sauvage do Atlântico Norte especialmente assassinado para aquele banquete, perante o espanto dos rapazes das start-ups, pensando na app a partir do milagre. Compre um iPhone com a app peixes e pãe e multiplique o único pão nosso do dia em que foi despedido por um jantar para seis amigos, mesmo. Alimente a família de graça! Sai mais barato do que ir ao hipermercado. E, já que falamos de hipermercados, esse suprassumo do capitalismo português, os donos híper aparecem pouco em Davos. O retalho não tem prestígio intelectual porque uma garrafa de óleo e um pacote de manteiga não mudam o mundo, só dão doenças coronárias.

da (melhor) Pluma Caprichosa.

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