Sentámo-nos ao lado um do outro. Não sabíamos.
Hoje cheiramos a casa de antiguidades e a pechisbeques em segunda mão. Por cima do lábio castanho, não rosa, a pele não é seda e não tem força para aguentar um belo bigode, barba e mosca. Já não consigo apanhar o cabelo com as mãos. Branco não condiz com longo e o corpo já não cabe dentro de uma garrafa de coca-cola.
Elas estão ali, na cozinha. Ele não sei onde anda, nunca soube bem que ele é como nós. Às vezes parece que ainda estão todos cá dentro, ao mesmo tempo, com nome e sem forma.
Temos a janela grande. A da sala. Tantas vezes apagámos a luz só para a ver ou para ela nos ver a nós. Era sempre ela que acabava a ver.
Temos ainda tanto tempo.
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