Não devia estar ali. Não era um dia meu, era um dia da pressa, das dores e do frio.
Menos vazio do que é hábito, nestes dias, não havia ninguém ao lado. Mãe e filha estavam à minha frente e os joelhos quase roçavam, tal não era a carga que enchia o espaço das três.
Iam para casa. A ver pela quantidade de adorno e pelo uso do verbo enbonecar, a festa foi rija. A mãe, de cabelo dourado da tinta, tinha as faces cobertas de pó rosa-alcoolizado e a filha também, mas mais moderado. Nesta, havia ainda um risquinho grosso azul de brilhantes, logo acima das pestanas. Duas pequenas argolitas de ouro e uma pedrinha azul safira, que magnetiza, tipo piercing junto ao queixo. A filha não tem mais que sete anos.
Ainda longe do destino, olha pela janela:
Filha - "Não sou atesinense. Não! Ateniense, nem Grego. Sou um cidadao, dão, do Mundo. Sócrates". .... Mãe! Mãe! Foi ele?"
Mãe (seguríssima) - "Sim. Eles, às vezes, vêm todos juntos fazer coisas aos transportes"
Filha - "Credooo... "
(1, 2 minutos depois - já a chegar ao Campo Grande)
Filha - "Mas tinha uma letra bonita, não tinha mãe?"
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