Chá FM


O tempo era de senhoras vestidas em dourados e de outras com pequenas prateleiras ao colo, que vendiam tabaco e eram amantes. Os maridos saíam para enriquecer e as esposas ficavam para sonhar com anúncios a farinha. Mas todos se juntavam à beira da rádio. Uns do lado de dentro, outros fora, mas todos lá.

Woody Allen retrata o american way of life na perfeição. O argumento não é dos mais inspirados mas há personagens verdadeiramente inspiradoras. O chefe de família empreededor mas que esconde a sua profissão; a tia que se ri com as piadas do ventríloquo (na rádio); a outra tia que ficou para tia e que viu o seu encontro estragado por uma invasão marciana - qual Orson Wells; e um programa de rádio sobre lendas do desporto: um jogador de bassebal que fica sem uma perna, um abraço e sem ver mas que continua a jogar.

E tudo isto começa com um delicioso momento em que dois assaltantes, em pleno delito, atendem o telefone da casa roubada para participar num concurso de rádio.

São os dias em que a melhor profissão do mundo era a de jornalista, locutor e mulher-a-dias de um estúdio radiofónico.

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